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BOLETIM CAMPANHA SALARIAL | Docentes da UFSCar entrarão em greve a partir de segunda-feira (06)

BOLETIM CAMPANHA SALARIAL | Docentes da UFSCar entrarão em greve a partir de segunda-feira (06)

Na tarde de ontem, segunda-feira, 29 de abril, as/os docentes da UFSCar deliberaram pela adesão à greve nacional das/dos servidores da educação federal em uma assembleia presencial que reuniu 405 professoras/es nos quatro campi da Universidade.

A proposta aprovada, encaminhada pela Diretoria da ADUFSCar, prevê a adesão à greve a partir da próxima segunda-feira, 6 de maio. Durante o debate, foram realizadas intervenções de professores nos quatro campi. A deliberação contou com 372 votos, sendo 216 votos favoráveis à greve, 147 votos contrários e 9 abstenções. 

Negociação e Mobilização 
A assembleia foi iniciada pouco depois das 17h30, com um breve histórico das negociações junto ao Governo Federal e a atualização do cenário da mobilização da categoria docente. De acordo com a profa. Fernanda Castelano Rodrigues, presidenta da ADUFSCar, desde 2016 as mesas de negociação nacional foram interrompidas, tendo sido retomadas somente agora, com o governo Lula da Silva (PT). “Reivindicamos a recomposição salarial e o governo nos impôs o reajuste de 9% no ano passado, com alguns reajustes em benefícios. Desde então, as entidades representativas têm apresentado propostas de recomposição que não estão sendo consideradas. O governo atualmente insiste em 0% para 2024. Em dezembro de 2023, a proposta limitava o reajuste a apenas 4,5% em 2025 e 4,5% em 2026”.

A contraproposta das entidades, desde fevereiro deste ano, é um valor próximo a 21% de reajuste, distribuído ao longo de três anos. “O governo continuou intransigente com o 0% em 2024, mas diante da pressão do movimento grevista iniciado pelos TAEs em março, no último dia 19 de abril, a proposta passou a 9% a partir de janeiro de 2025 e 3,5% em 2026. Essa proposta chega a uma recomposição de 12,5%, longe dos cerca de 21% que estamos pleiteando, e com nenhum reajuste para este ano”, disse a presidenta da entidade.

Um dos docentes do campus São Carlos comentou a presença massiva da categoria nessa Assembleia, pois estiveram no Anfiteatro Bento Prado 255 professoras/es: “Isso dá legitimidade à nossa decisão, e o que precisamos, em decisões sérias como essa, é justamente isso”. Outro docente, do mesmo campus, afirmou: “Havia uma preocupação de parte das/dos colegas, na semana passada, de que haveria um esvaziamento em nossa assembleia. Vimos que isso não se realizou. Aqui, temos um auditório cheio, o que mostra que a categoria quer discutir sobre o tema. Lá fora estão as/os estudantes, que também estão mobilizados para discutir as pautas da categoria. Os IFs e outras universidades estão em greve, e eu acho que seria muito estranho estarmos em uma universidade em que estudantes e TAEs discutem e paralisam seus trabalhos e nós, docentes, não. Precisamos ocupar a universidade e discutir a sua relevância, fazendo circular aquilo que se produz aqui”. Outro docente, do campus Lagoa do Sino, acrescentou: “Só de termos nossa categoria reunida para discutir as nossas pautas, já temos uma expressão da nossa mobilização”.

O cenário da greve e as perspectivas do movimento
Nos informes iniciais sobre o cenário atual da greve de docente federais iniciada em 15 de abril, quando o Sindicato Nacional das/dos Docentes do Ensino Superior (ANDES-SN) deflagrou greve depois de tentativas frustradas de negociação das pautas da categoria junto ao Governo Federal, a profa. Fernanda Castelano, relatou que, neste momento, já são 30 as universidades em greve e aproximadamente outras 10 com indicativo de greve para esta semana; se somam as/os docentes e as/os TAEs, paralisados desde 11 de março, mais de 500 unidades de Institutos Federais. No estado de São Paulo, docentes da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e da Universidade Federal do ABC (UFABC) também aprovaram sua adesão à greve nacional para esta semana.

Dentre outras pautas, a categoria reivindica recomposição salarial, reestruturação das carreiras e melhores condições de trabalho; a restauração do orçamento das instituições federais de ensino e ampliação dos programas de assistência estudantil; e a revogação do novo ensino médio (NEM).

Pontos de destaque do debate
Durante a AG, o atraso do calendário acadêmico, a evasão estudantil no período de greve e um possível desgaste do Governo Federal foram preocupações apresentadas por quem se posicionou contrário à greve. Sobre isso, um docente do campus Sorocaba comentou: “Não é só uma greve por salário. É uma greve para que nossas/os estudantes possam entrar e ficar aqui. Que tenham alimentação, moradia e transporte todos os dias”.

Nesta mesmo direção, um docente do campus Sorocaba questionou: “Temos reajustes orçamentários e propostas de emendas constitucionais (PECs) sendo aprovadas para outras categorias e funções do Estado, e por que o nosso reajuste e o orçamento das universidades não é considerado? É fundamental que tenhamos o reajuste salarial e a recomposição do orçamento das nossas universidades. O atual orçamento da UFSCar é menor do que era há dez anos atrás. O que estamos defendendo é a universidade pública, para além da recomposição salarial”.

A realização da greve docente durante o governo Lula e a não realização durante os governos anteriores, de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), foi um ponto levantado por parte das/dos docentes que se inscreveram, tanto as/os que se declararam favoráveis quanto as/os que se declararam contrários à greve. Isto porque algumas/uns consideram a greve no atual momento como uma contradição política do movimento. Sobre essa questão, um docente do campus São Carlos comentou: “Não se trata de um desgaste ou não ao governo. Eu entendo que o que estamos disputando é o orçamento público para as universidades e as/os servidoras/es públicas/os. Não deve ser a pasta da educação ou a da saúde que deve pagar pelos acordos do governo junto ao Congresso Nacional”.

Nesse mesmo sentido, outro docente comentou: “Tivemos um momento muito sofrido, de pandemia e governo Bolsonaro. As falas aqui refletem um medo com o futuro da universidade pública. É sintomático que o nosso ministro da Economia, Fernando Haddad (PT), que está estrangulando o orçamento público, seja o nome indicado pelo nosso governo para o Prêmio Nobel de Economia. O projeto que está sendo encampado pelo governo é de uma universidade que sirva como unidade produtiva, que sirva para dar dinheiro. O que hoje está acontecendo na universidade pública irá impactar o futuro das universidades e a formação das nossas próximas gerações”.


Assembleia São Carlos

Resultado da votação
Colocada em votação a proposta de adesão à greve de docentes federais a partir de 06 de maio, apresentada pela Diretoria da ADUFSCar, o resultado contabilizado, com 372 votos no total, foi o seguinte:

Campus Favoráveis Contrários
São Carlos 116 116
Araras 28 03
Sorocaba 51 21
Lagoa do Sino 21 07
TOTAL 216 147

Também foram contabilizadas 09 abstenções no total nos quatro campi.


Assembleia Araras


Assembleia Lagoa do Sino


Assembleia Sorocaba

Ações de mobilização
A Diretoria da ADUFSCar informará a Reitoria da Universidade nesta terça-feira, 30 de abril, sobre a deliberação da categoria pela deflagração da greve a partir da segunda-feira, 06 de maio. Nessa próxima segunda-feira, primeiro dia de greve, será convocada Assembleia Geral com as/os docentes discutirá o formato do movimento, calendário de mobilização, além da instauração do Comando Local de Greve.

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