A Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) aprovou, por aclamação, a implementação da política de cotas para pessoas trans e travestis nos cursos de graduação. A decisão foi tomada em reunião do Conselho Universitário (Consuni) no dia 25 de abril.
Com essa medida, a universidade reservou uma vaga adicional em cada curso de graduação presencial para pessoas trans e travestis. A Política de Acesso e Permanência de Pessoas Trans na Graduação faz parte de um conjunto de ações afirmativas implementadas pela universidade desde 2007, que visam combater práticas discriminatórias relacionadas a questões raciais, étnicas, religiosas, de gênero e capacitistas.
A nova normativa entrará em vigor ainda este ano e será aplicada no próximo processo seletivo, por meio de um edital específico a ser elaborado pela Pró-Reitoria de Graduação (ProGrad). Os detalhes de como será o processo ainda não foram divulgados.
Em 2024, a instituição também aprovou a Política de Identidade de Gênero, que garantiu o reconhecimento da identidade de gênero de pessoas trans, travestis, intersexo e não binárias na Ufscar, a partir do uso do nome social nos diferentes espaços institucionais da universidade.
Agora, a Ufscar se soma a outras universidades federais e estaduais que já implantaram políticas semelhantes. A instituição é a quarta no estado de São Paulo a adotar um programa de ações afirmativas específico para pessoas trans, seguindo o exemplo da Unifesp, UFABC e Unicamp. No Brasil, mais de 15 universidades públicas já implementaram as cotas trans.
A política é fruto de um processo coletivo, construído pelo Coletivo de Pessoas Trans e Travestis da Ufscar São Carlos (GT Transformar), a Coordenadoria de Diversidade e Gênero da Secretaria de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade (Saade) e a Coordenadoria de Ingresso da ProGrad. O GT foi composto por servidoras e servidores técnico-administrativos, docentes, estudantes, e colaboradoras e colaboradores externos.
Do ANDES – SN.