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 O assassinato de Dom e Bruno: mais um triste capítulo do governo Bolsonaro

 O assassinato de Dom e Bruno: mais um triste capítulo do governo Bolsonaro

NOTA ADUFSCar

O assassinato do repórter Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira é mais um triste capítulo do que significa a política ambiental e agrária do governo Bolsonaro: o atendimento aos interesses de madeireiros, grileiros, garimpeiros e ao agronegócio e, do ponto de vista legal, a ampla flexibilização da legislação ambiental no país.

Quando o seu então ministro do meio ambiente, Ricardo Salles, em uma reunião ministerial, sugeriu “passar a boiada”, enquanto a imprensa e a sociedade como um todo estavam preocupadas com a pandemia da COVID-19, esse funcionamento foi escancarado.

A política beligerante e de morte empregada pelo governo federal, a falta de fiscalização (e o afastamento de pessoas que o fazem nos órgãos de controle do Estado), a tentativa de aprovação da tese de “marco temporal” (atentando contra o direito ao acesso e permanência às terras tradicionais de várias povos indígenas), dentre outras tantas medidas, têm incentivado ainda mais a violência no campo e contra aqueles/as que reivindicam os direitos de quilombolas, ribeirinhos, camponeses sem terra, povos indígenas, atingidos por barragens e outros povos tradicionais.

O plano nacional de reforma agrária, inicialmente proposto em 1985, nunca se efetivou e as tensões em torno da posse da terra em nosso país são cada vez maiores.

O modelo do agronegócio, que tem na produção de alimentos as commodities para venda ao mercado externo, gera a concentração da terra, a expulsão de camponeses, os conflitos com os povos tradicionais e indígenas, sem produzir um grão de alimento para o prato das famílias brasileiras.

Aos que lutam contra esse estado de coisas, a perseguição política, a repressão e a morte. Isso é o que vivemos no Brasil de 2022.

Segundo a Comissão Pastoral da Terra, nos últimos 30 anos ao menos 1.723 pessoas foram assassinadas por lutarem em defesa da terra, das florestas, da demarcação de terras indígenas, contra a construção de grandes hidrelétricas (com um custo social e ambiental altíssimo), pelo reconhecimento de suas comunidades e pela reforma agrária.

Dom e Bruno se juntam a Margarida Maria Alves (líder sindical, assassinada em 1983 no Amazonas), Marçal Tupã-I (cacique guarani, assassinado em 1983 no Mato Grosso do Sul), o padre Josimo Morais (assassinado em 1986 no Maranhão), Chico Mendes (líder seringueiro, assassinado em 1988 no Acre), 21 trabalhadores sem terra assassinados em Eldorado dos Carajás (1996, Pará), Xicão Xucuru (cacique Xucuru, assassinado em 1998 em Pernambuco), a missionária católica Dorothy Stang (assassinada em 2005 no Pará), Maria e Zé Claudio (extrativistas e ambientalistas, assassinados em 2011 no Pará), Maria Trindade da Silva (liderança quilombola, assassinada em 2017 no Pará), Emyra Waiãpi (cacique Waiãpi, assassinado em 2019 no Amapá), Maxciel Pereira dos Santos (indigenista, assassinado em 2019 no Amazonas), Zezico Rodrigues (cacique Guajajara, assassinado em 2020 no Maranhão), e tantas outras pessoas. Essas mortes tornam a luta pela terra no Brasil uma questão de vida ou morte.

A ADUFSCar Sindicato rende homenagem a todas as pessoas que tombaram nessa luta, assassinadas por responsabilidade do grande capital e/ou do Estado, e evoca as palavras de Dom Pedro Casaldáliga, bispo emérito de São Felix do Araguaia (MT) e defensor da reforma agrária no Brasil: precisamos “salvar a esperança” e, para continuarmos a imaginar um país justo, soberano e que inclua a todos/as, precisamos seguir na luta e com esperança!

Dom e Bruno presentes!

 

Crédito/imagem: Twitter latuffcartoons

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