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BOLETIM ESPECIAL | Assembleia Setorial da ADUFSCar reúne docentes do campus Lagoa do Sino

BOLETIM ESPECIAL | Assembleia Setorial da ADUFSCar reúne docentes do campus Lagoa do Sino

Na tarde de ontem, 17 de abril, a Diretoria da ADUFSCar realizou uma Assembleia Setorial com as/os professoras/es do campus Lagoa do Sino, em Buri. Essa atividade se insere no calendário de mobilização da categoria, que prevê debates locais e presenciais em cada um dos campi e uma assembleia conjunta, ao final, para deliberação sobre o indicativo de greve.

A atividade em Lagoa do Sino contou com cerca de 50% do quadro docente associado à ADUFSCar no campus. A profa. Fabiana Cotrim, representante da entidade no campus, considera que a assembleia contou com uma boa participação, com a apresentação de relatos de experiências e reflexões sobre a possibilidade de ter ou não greve: “A presença das/os colegas mostra o interesse e o compromisso em discutir sobre o tema. As assembleias setoriais estão acontecendo nos campi, e no dia 29 de abril, às 17h, iremos definir coletivamente sobre a nossa adesão”.

Ter ou não greve?

A greve das/os docentes do ensino superior público federal já é uma realidade em todas as regiões do país. O Sindicato Nacional das/os Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN) deflagrou greve a partir da segunda-feira, 15 de abril, e, desde então, professores de 24 instituições federais já aderiram ao movimento grevista, e docentes de mais nove instituições federais estão com indicativo de paralisação. Embora, na UFSCar, a deliberação da greve só esteja prevista para o dia 29 de abril, as/os servidores técnico-administrativos (TAEs) já estão em greve desde 11 de março.

A greve das universidades federais se soma à greve de servidores dos Institutos Federais (IFs), caracterizando, assim, um movimento de greve nacional de servidores públicos federais em defesa de suas carreiras e dos investimentos na educação pública, com pautas que tratam desde a restauração do orçamento das instituições de ensino até a ampliação dos programas de assistência estudantil. A profa. Fabiana Cotrim destacou ainda que, mais do que a recomposição salarial, a greve  envolve a defesa do ensino superior público, gratuito e de qualidade.

O vice-presidente da ADUFSCar, prof.  Marcos Soares, comentou durante a assembleia que o processo de negociação com o Governo Federal foi iniciado em janeiro deste ano, com o Fórum Nacional das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) apresentando uma proposta de reajuste salarial, que foi negada em duas mesas de negociação. “Já existe uma greve nacional. E o fato do Governo Federal chamar para negociar com as entidades, da ministra do Ministério da Gestão e Inovação, Esther Dweck, procurar o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para ver o que pode ser feito, e do Governo Federal buscar o Ministério da Educação para falar do orçamento, indica a força do nosso movimento”, argumentou. Segundo ele, existe “um notável distanciamento” do Governo Federal com relação ao conjunto das e dos servidores das instituições de ensino federal.

Negociações nacionais, mobilizações e calendário acadêmico

Grande parte do debate entre as/os docentes presentes na assembleia setorial tratou do processo de negociação nacional das entidades representativas junto ao Governo Federal. Um dos docentes que esteve presente ressaltou que, desde a última mesa de negociação até a data da assembleia conjunta da ADUFSCar, existe um período onde é possível ser apresentada uma nova proposta de negociação, embora esta não seja uma realidade favorável aos interesses da categoria até o momento atual. Não houve nenhum comentário que indicasse opinião contrária à greve e as pautas do movimento, mas preocupações relacionadas às mobilizações e ao calendário.

Alguns professores comentaram que, apesar de estarmos em um cenário posterior ao de um governo que negou a importância do funcionalismo público, da ciência e da tecnologia, e que cortou verbas do ensino público superior, este é o momento propício para realização da greve e mobilizações da categoria, justamente por conta do maior espaço para debates de ideias e da realização de negociações. Neste sentido, o prof. Marcos Soares complementou: “Temos uma responsabilidade com o atual governo, e ele com a gente. Não é a greve de uma categoria, ainda que em nível nacional, que irá enfraquecer esse governo e fortalecer a extrema direita e a sua anticiência. Esses, se fortalecem com a falta de investimentos na educação. E, o que vemos hoje, é a possibilidade de lutar pela universidade pública, que precisa de investimentos e políticas de democratização do acesso e permanência”, afirmou o vice-presidente da ADUFSCar.

As pessoas presentes também comentaram sobre o que representa a falta de reajuste salarial das/os docentes e TAEs diante da carreira e da qualidade de vida e trabalho, bem como as condições de trabalho diante da falta de investimentos na educação, ciência e tecnologia. Por fim, a normalidade do calendário acadêmico também foi vista como uma preocupação. Na avaliação realizada durante a assembleia setorial, foi apontado que a greve nacional da educação pública federal apresenta proposições legítimas e conta com chances de diálogo junto ao Governo Federal, e que isso precisa ser levado em conta na forma como o atraso no calendário acadêmico tem sido visto por parte da categoria.

A possibilidade de uma greve unificada com as/os TAEs, estudantes da graduação e pós-graduação, que têm sinalizado disposição em também se mobilizar, foi ressaltada durante a atividade. Após comentar sobre a importância do movimento unificar as pautas das diferentes categorias, uma das docentes do campus Lagoa do Sino comentou: “Quem faz a greve somos nós. Precisamos estar presentes e traçar um caminho de mobilização política. Teremos a evasão de alunos no campus durante esse período, e precisamos pensar em como construir um processo de debates conjuntos”.

 

O Boletim Especial “Mobilização da Campanha Salarial” é produzido pela Comunicação da ADUFSCar, com colaboração de Eduardo Rezende Pereira (jornalista, doutorando em Ciência Política pela Unicamp e membro do Projeto Conexão – Observatório do Trabalho por Plataformas Digitais no Brasil).

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